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A “visão Mantle” no Commission Model

Tanto Mantle como Commission, observou Dorothy, “precisam de algo para iniciar a ’Visão do Mantle’” – um sentido de responsabilidade pessoal e coletiva. Isso é necessário, quer as crianças estejam num enredo fictício como sendo uma equipa de “especialistas”, quer recebam uma encomenda como Comissão (grupo de trabalho) constituída por elas próprias.

 

Na encomenda do Jardim do Hospital de Hexham, Dorothy referiu-se aos membros da equipa como "Comissários". A própria palavra conferia um sentido de responsabilidade partilhada (a “Visão do Mantle”). Ela referiu-se à equipa da escola secundária, Queen Elizabeth High School, como a "Comissão do Jardim", como se fosse uma organização oficial. Mas também não era tão diferente de uma equipa fictícia do Mantle.

 

No Commission Model, assim como no Mantle, há uma mudança de ponto de vista: trabalhando em Comissão (grupo de trabalho) somos nós próprios, mas assumimos também um papel social. Operamos através da figura de “Comissário”.

No Mantle, há um cliente fictício e uma encomenda; mas acordamos tratar das exigências como se fossem reais.

 

No Commission Model, as exigências são reais; mas a equipa está configurada e trabalha, até certo ponto, como uma equipa fictícia (Mantle).

 

Desta forma, o Commission Model ocupa uma área cinzenta entre o real e a ficção. Isso é o que o torna tão interessante e importante no âmbito do trabalho produzido pela Dorothy como um todo – e tão revelador sobre ele.

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Clientes imaginários ou projetados

O “Cliente na Cabeça”

 

No Mantle, há sempre um “cliente na cabeça” – o cliente imaginário para quem o trabalho está a ser feito. Isso gera o que Dorothy chamou de “tensão produtiva”: a consciência tanto das necessidades do cliente quanto da responsabilidade do empreendimento. Dorothy afirmou que, ao longo do trabalho no Commission Model, também “carregamos o nosso ‘cliente imaginário’ nas nossas cabeças”: “o futuro público com o qual devemos comunicar e demonstrar claramente, e enfrentar as suas questões”. Na encomenda do Jardim do Hospital de Hexham, a equipa de “comissários do jardim estava constantemente a avaliar e a desenvolver as suas ideias para os seus clientes imaginários em tempo real”.

 

Mas o que é diferente do cliente real, não imaginário?

A resposta é que o “cliente” nunca é simplesmente a organização ou o indivíduo que encomenda diretamente o trabalho, o cliente real. Isso é mostrado no exemplo da encomenda do Jardim do Hospital de Hexham. Dorothy declarou: Éramos comissários respondendo a uma encomenda aceite pelos cidadãos de Hexham. Noutras palavras: os “clientes”, o “público futuro” da obra, eram muito mais amplos do que simplesmente o hospital que fazia a encomenda:

 

“O ’nosso’ jardim serviria enquanto o novo hospital existisse. Estávamos cientes de que poderíamos ser utentes no hospital. Os nossos bebés poderiam nascer lá e os nossos familiares poderiam ser visitados durante os períodos de internamento.”  (Heathcote, 2003)

 

Esses "futuros públicos" foram imaginados como "clientes na cabeça". Essa dimensão do trabalho torna o Commission Model muito diferente do modelo de formação empresarial, em que as necessidades empresariais do cliente são primordiais.

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Há a necessidade, em qualquer encomenda, de definir os clientes imaginários ou projetados.


No projeto "História em Casa", por exemplo, que o MAT, a Woodrow First School e outros parceiros realizaram com o Black Country Living Museum (BCLM), as turmas analisaram recursos educativos online direcionados para jovens. O cliente real era o BCLM; mas os clientes imaginários ou projetados eram os potenciais futuros utilizadores desses recursos e as suas necessidades. Os clientes imaginários também eram os trabalhadores do Black Country de épocas passadas – cujas histórias podem ser esquecidas, a menos que lhes demos uma "voz".

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O jogo dramático pode e deve ser usado para evocar esses "outros" – os clientes imaginários – e fazê-los parecer reais para as crianças que participam neste projeto. Veja a próxima página, o jogo dramático no Commission Model.

 

(Os cartões nesta página foram feitos por Dorothy, para definir os elementos centrais de seu trabalho no jogo dramático)

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