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Formação com Iona Towler-Evans: Diferenças entre o Mantle e o Comission Model

Como parte de nossa Semana de Formação, trabalhámos com Iona Towler-Evans.

 

Iona partilhou a sua recente experiência de Commission Model, de dois anos em Port Talbot, em South Wales, onde jovens marginalizados numa escola de formação contínua aceitaram uma encomenda de Sally Burton, a viúva de Richard Burton. Trabalhando em colaboração com pessoas e instituições locais, incluindo a universidade Eirwen Hopkins da Swansea University e a biblioteca Neath Port Talbot Library, eles criaram e produziram um filme que é um legado da vida de Richard Burton e a história de “o homem por trás da máscara dos media.”

 

Iona também destacou algumas das diferenças (e semelhanças) entre o Mantle of the Expert e o Comission Model.

"Tensão Produtiva"

 

Uma diferença fundamental reside na questão da tensão produtiva. Dorothy disse: “A tensão produtiva é muito diferente de conflito. É a chave para aprofundar a exploração do motivo que influencia a ação e, portanto, a jornada.”

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No Commission Model, os participantes carregam o “cliente” na cabeça. Este é “o público futuro a quem devemos comunicar e mostrar claramente, enfrentando as suas questões”. Isso gera uma sensação de tensão produtiva. Dorothy declarou: "O que nasce em cada tarefa e sustenta o gene do drama é o sentido do imediato agora que está a gerar o seu próprio futuro. As tarefas escolares são frequentemente definidas no tempo ‘ALI’. (Faz isso e isso será julgado por alguém)". No caso da encomenda do Jardim do Hospital de Hexham, os "comissários estavam constantemente a monitorizar, a avaliar e a desenvolver as suas ideias para os seus clientes no tempo imediato".

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Estes são os elementos do "agora" ou tempo imediato, conforme definido pela própria Dorothy:

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  • As coisas têm de ser feitas para interessar

  • A tarefa deve parecer importante e valer a pena

  • Deve haver um resultado valioso e percetível

  • As pessoas devem desfrutar do poder de influenciar e agir nas circunstâncias

  • As tarefas devem criar possibilidades de feedback

  • A situação deve parecer razoável e genuinamente verdadeira

  • As pessoas devem sentir-se protegidas de se sentirem observadas; e

  • O auto-espectador deve estar alerta e ser autêntico

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Iona sugeriu que, no trabalho de Mantle, as tensões produtivas primárias estão no mundo imaginário. Os participantes cumprem a encomenda imaginária (fictícia) de acordo com os padrões profissionais exigidos pelo projeto e definidos pelo cliente imaginário. As tensões dramáticas podem ser inventadas para envolver o grupo. As tensões secundárias vêm de mundos quotidianos dentro/fora da sala de aula.

 

No Commission Model, existem várias tensões primárias no mundo quotidiano dentro/fora da sala de aula: "Será que cumpriremos a encomenda de acordo com os padrões profissionais necessários ao projeto, que podem ser definidos pelo(s) cliente(s)? Realizaremos o trabalho dentro do prazo? Podemos confiar em nós mesmos e nos outros para trabalhar em equipa?". As tensões secundárias vêm do mundo imaginário, por exemplo, por meio de situações de jogo dramático e pelo desenvolvimento de clientes imaginários/projetados.

Iona apresentou sete questões-chave, que se aplicam a ambos os sistemas – e que estão todas relacionadas com a tensão produtiva e o tempo "agora":

 

1. De onde vem um tópico, foco específico, materiais, atividades e resultados pretendidos?

2. Por que estão os jovens motivados para se envolver no trabalho? Quem beneficia com o seu trabalho? – Eles querem ajudar outras pessoas.

3. O que estão os jovens a fazer? – Eles criam colaborativamente algo para os outros, algo que sentem como uma realização significativa

4. Como são enquadrados os jovens? – Eles trabalham para os outros com profissionalismo como uma equipa, aproveitando o que já sabem coletivamente e o que podem fazer para aprender o que precisam saber e fazer e assim concluir o que deve ser feito.

5. De quem são os pontos de vista e as posições que são considerados à medida que o projeto se desenvolve? – Eles estão constantemente em diálogo com aqueles que pediram a sua ajuda.

6. De onde vem a tensão produtiva? – Não saber como farão este trabalho bem feito e a tempo para as pessoas que deles dependem é uma tensão produtiva, quando todos estão a aproximar-se de se tornarem nas pessoas que desejam ser.

7. O quê e como os jovens estão a aprender e a desenvolver competências? – Eles estão a fazer, a produzir e a investigar criticamente juntos.

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Em 2020-21 (sujeito a restrições devido ao confinamento), está planeado que Iona usará o Commission Model numa colaboração entre a Woodrow First School (onde é membro da direção) e uma escola no País de Gales que está a iniciar-se na utilização da estratégia do Mantle of the Expert.

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Os cartões (acima) foram produzidos por Dorothy Heathcote, para explicar os elementos do "agora" no jogo dramático. As fotografias ilustram quatro dos principais processos em que os jovens se envolvem, dentro de qualquer Mantle ou Commission. De cima para baixo: a explicar; a questionar; a consultar; a confrontar.

Iona é uma formadora nacional nas pedagogias de Heathcote, com mais de 30 anos de experiência no ensino de drama em escolas. Durante um período de 20 anos, Iona planeou e trabalhou em estreita colaboração com Dorothy, a quem ajudou na elaboração e revisão de projetos e, ocasionalmente, trabalhando com ela, usando as abordagens do Commission e do Mantle of the Expert. Mais recentemente, além de liderar formações com professores e de escrever sobre estas estratégias, ela tem vindo a pesquisar e avaliar estas abordagens nas escolas. Em particular, Iona tem usado o Commission Model em projetos de longo prazo no País de Gales, tanto em escolas do ensino básico como numa escola de formação contínua.

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